domingo, 12 de outubro de 2008

Debutante - Sonho da filha, pesadelo do pai

Festa é bom, eu adoro.
Mas festa de 15 anos está virando um negócio além da imaginação.
Tenho certeza de que gastei muito menos com meu casamento. Não usei mais de 1 vestido, não fiz outro penteado, não cortei o cabelo no meio da festa, enfim.
Minha festa de debutante foi super legal. Usei um vestido curto (faço aniversario em dezembro, puta calor), rosinha, hoje é uma saia, a minha vizinha me maquiou, minha mãe fez minha escova e a festa foi no salão de festas do prédio da minha prima.
Meus amigos estavam com a roupa que se sentiam bem, as minhas amigas, com a roupitcha da moda.
Foi servido pão de metro, refri, cerveja (para maiores de 18), docinhos e bolo. Meus pais contrataram um DJ e um fotógrafo.
Dancei a valsa com meu pai e com o meu ex namorado.
Então a festa de 15 anos saiu de moda, virou coisa brega e hoje é um evento, uma mega produção onde o céu é o limite (mínimo).
Quando a família tem grana sobrando tudo bem. Mas quando não tem o que acontece com a menina? Fica frustrada. E fica mesmo. Só as que são muito bem resolvidas.
As que conseguem arrancar até as calças do pai pedem umas coisas tão esdrúxulas que dá medo:
Chegar em carroagem, cavalos brancos, tigres enjaulados, streepers, chegar de helicóptero, sei lá o quê mais se passa nas cabecinhas com imaginação mais do que fértil dessas deslumbradas.
Se eu não tivesse nada, só uma festa como as outras, eu não ficaria mal.
Meu irmão, pela enorme diferença de idade, foi em várias, e eu, como boa motorista, levei e busquei em todas. Uma vez foram 3 festas. Como disse, ele foi em todas. E eu comecei a reparar que a cada festa algo mega ultra super diferente e grandioso tinha.
Virou uma disputa de quem dá a melhor festa, quem surpreende mais os amigos.
Ouvi uma menina dizer que desistiu de fazer a festa por causa da festa de uma amiga. Ela não tinha como superar a entrada triunfante da menina. Quer dizer, preferiu não ter festa a correr o risco de oferecer uma festa "caida", sem graça... Não é um horror?
Espero que minha filha não queira uma mega festa dessas. Tomara que eu tenha dinheiro para dar, porém, espero que ela seja sensata. Que prefira um carro aos 18, que prefira morar sozinha na faculdade, sei lá, fazer uma viagem que acrescente algo em sua vida.
Ok, ok, ok, prefiri a minha festa de casamento a viajar, mas tem uma explicação racional para isso.
Os presentes que ganhamos pagaram a festa. Se fôssemos comprar o que precisamos para montar uma casa, daria muito, muito, muito mais e não teríamos a TV de LCD, nem o HOme Teather e nem o DVD que temos. Não teríamos a cama, nem o armário que temos.
E acho que a diferença está justamente em dar uma festa para parentes e amigos que estavam desde o primeiro encontro, que sabem de detalhes, que torceram por nós, que nos ajudaram a superar momentos ruins, comemoraram as melhores fases, enfim, para mim, isso é o que separa as festas.
Confesso que festa de casamento eu não abriria mão de jeito nenhum. Óbvio que não teria a festa se não tivéssemos onde morar.
A festa foi tudo o que eu queria, do jeito que planejamos e do jeito que podíamos pagar.
Fico pensando, se a festa de 15 anos é algo hollywoodiana, imagina o casamento.
Espero que me chamem, hauhauahua.
Uma festa de 15 anos, ao meu ver, deveria ser assim: juntar a galera numa balada, os pais da aniversariante podia até fechar o camarote, mas a entrada, cada um paga o seu. A debutante paga as comilanças, e a bebida cada um que se vire. Ou, até rola fechar um sítio por um final de semana de sol, um churras, uma balada a noite. Não tá bacana?

Um comentário:

Anônimo disse...

Li uma reportagem esses dias, que antigamente festa de 15 anos era para a apresentar a filha à sociedade, mas agora é apresentar a filha e os amigos ao alcool, em que festa fechada a bebida alcoolica é controlada ou pedem identidade para servir???
Eu ja bebia com 15 anos, nao posse ser hipocrita, mas quanto mais velha eu fico mais careta me transformo!!!! rs