Começando com o pé direito

Demorou, mas consegui. Fiquei feliz comigo mesma :)


Marketing viral, para quem não sabe, é uma mentirinha que se conta para algumas poucas pessoas e essas poucas pessoas contam para mais algumas pessoas. É como se fosse vírus da gripe, por exemplo. Se alguém, num ônibus espirra, no dia seguinte todos que estavam naquele ônibus estão gripados, cada um, desses, espirra em algum lugar e assim por diante. A mentira se torna verdade e todos ficam sabendo. Todos procuram a fonte, acham a fonte e tentam entender o que foi que aconteceu. Até que um dia a verdade vem à tona: ou é algum produto novo que lançou no mercado, ou algum serviço à disposição. O que é parecido com mkt de guerrilha.


Depois de 2 meses trabalhando em cima da Lúcia (a famosa noiva abandonada), tiro a conclusão de que o brasileiro gosta mesmo é de um bom fuxico. Gosta mesmo de meter o bedelho na vida alheia. De qualquer forma, é por isso que somos um país tão rico de opiniões e tão pobres em conclusões.
É triste dizer que hoje em dia ninguém sabe escrever, mesmo com uma ferramenta tão maravilhosa como a internet. Aliás, é justamente o contrário. As pessoas escrevem de qualquer forma, abreviam palavras que não sabem nem como se escreve inteiras.
Não sou dona de um português 100% correto, mas procuro corrigir e pesquiso, mesmo tendo certeza de que escrevi certo, para pensar: ufa! Eu escrevi certo mesmo.

Mas, não é só de um mal português que se vive um viral. Um viral também é composto por pessoas que se interessam pelo problema. No caso da noiva, tentam ajudá-la da melhor forma possível (dando palavras de conforto, incentivo e até mesmo usando trechos da Bíblia) . Alguns tiram proveito da situação, já que ela disse estar disponível para qualquer um. Outros simplesmente ignoram, pensam que cada um que se resolva, e tem também os que tiram sarro, usam a situação para tripudiar. Eles agem dessa forma por achar que já que a noiva se expôs ao ridículo de sair às ruas com seu vestido, chamando atenção e divulgando seu blog é por que ela quer mesmo ser taxada de louca, burra, largada. E falam mal mesmo, pois o vestido, que a noiva diz ter comprado, é mesmo medonho.
A história da Lúcia mexeu com um pouco mais de 30 mil pessoas, por ser algo que ninguém está livre de passar. Ninguém está livre de um relacionamento firme, sólido e aparentemente eterno, um dia chegar ao fim e uma das pessoas simplesmente deixa de amar, ninguém manda nos próprios sentimentos. Mas podemos mandar nas nossas atitudes e é aí que a coisa se transforma. A Lúcia deu uma de louca, fez algo totalmente inusitado, algo que é fora dos “padrões aceitos” pela sociedade. O normal seria ela chorar no quarto, ficar sem comer, ligar freneticamente para o cara e pedir pelo amor de Deus que volte para ela. Chorar muito, não sair de casa, querer que todas as suas amigas a consolem.
A Lúcia preferiu, além do apoio "das amigas", saber a opinião do Brasil inteiro. Alías, de brasileiros, pois muitos estão fora do país. Conseguiu amigos de verdade, e apareceram todo aquele tipo de gente que me referi antes.
No fim, em vez de falar que tudo não passou de um viral, preferiu dizer que sua história deu tão certo que quiseram fazer um filme. Preferiu não dizer que o filme já existia. Não por sacanagem, não para continuar enganando ninguém. Jamais subestimar a inteligência e o sentimento de carinho que conquistou nesses 2 meses. A personagem Lúcia preferiu continuar existindo, pois muita gente abriu o coração e contou seus casos (verdadeiros casos) de relacionamentos fracassados. E antes que digam que a Lúcia é má por ter enganado pessoas, ou que se fez de amiga, ou que ainda seus conselhos não passam de mentira como ela, eu digo que não. Pois a Lúcia é realmente um personagem de um filme, mas eu sou uma pessoa de verdade e fui eu que dei conselhos mais do que verdadeiros, conselhos sinceros, para pessoas que realmente precisam.

Provavelmente a Lúcia, daqui um tempo, não existirá mais na internet, mas eu sim. E não só na internet...


Foi um trabalho que começou sem a menor intenção de prejudicar ninguém, sem a menor intenção de enganar e nem fazer ninguém de bobo. Só que, não poderíamos perder as oportunidades que chegaram até a Lúcia, em nenhum momento a Lúcia foi atrás de nada. A ação ficaria somente no mundo virtual.

Bom, assistam 5 FRAÇÕES DE UMA QUASE HISTÓRIA

trailer do youtube: