Às vezes fico pensando nos motivos que levam um homem sentir saudades dessa tal “Amélia”. Tanta saudade que até fez uma música.
Lendo a música sinto que o cara tava de saco cheio e quis mudar. Ele queria algo diferente, uma deusa do sexo, uma gostosa de parar o trânsito. Mas como todo homem, esse também não pensou no futuro. Aliás, homem pensa? São todos dominados pela cabeça de baixo, ela é imediatista.
A gostosa quer malhar, trabalhar, comprar roupas novas, brincos, colares, perfumes, sair pra balada, curtir a vida, ser independente. O reclamão ficou com nó na cabeça. Não queria a boazuda? Agora agüenta! Não é macho?
Sinceramente, eu achei que a Amélia era uma acostumada, uma coitada, uma relaxada, já q não tinha vaidade, já imaginei unha mal feita, sem banho, suvaco peludo, ai que horror! “Amélia” seria uma hippie, talvez. Mas depois de ler “aquilo sim é que era mulher”, aquilo? Quando nos referimos a alguém usamos aquele ou aquela, não aquilo. Aquilo nós usamos para coisa. A Amélia não reclamava de nada, para ela tudo estava bem. O cara fazia o que queria e ela nem abria a boca.
Sendo esse “anjo” e mesmo assim tratada como “aquilo", cheguei numa conclusão: o cara é um punhetero! Um tarado, um frustrado sexualmente. Não é lógico? É óbvio que a Amélia é uma boneca inflável. Ele queria calor humano, tadinho. Daí para um cara que só tinha uma “Amélia”, será que a gostosona tinha 32 dentes na boca? Será que ter um “suvaco ao natural” é tão ruim assim? Será que, para este “pobre rapaz”, um banho tchaco tchaco já ta bom pra poder encarar o calor humano?